Kinesianos, hoje eu quero falar de um filme que eu assisti esses dias e gostei muito. Ele desmente totalmente aquela teoria boba de que "os filmes brasileiros não prestam".
Estou falando do filme "Nise - O Coração da Loucura", lançado no ano de 2015, que já recebeu diversos prêmios nacionais e internacionais, como "Melhor Filme Juri Popular" no Festival do Rio (2015) e "Melhor Filme e Melhor Atriz" no Festival de Tóquio (2015).
O filme conta a história da Dr. Nise da Silveira, que pouco depois de passar um ano e meio no presídio por posse de livros marxistas, retorna para o hospital psiquiátrico no Engenho de Dentro, Rio de Janeiro.
O lugar é o Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II e estava começando a aplicar técnicas que hoje são condenadas: o eletrochoque e a lobotomia. Assustada, Nise se opõe à essas práticas, e lhe entregam o setor de terapia ocupacional, relegado a um porão do prédio, para isolá-la num departamento todo seu e não incomodar a alta cúpula.
O que a médica fez a partir de então é revolucionar o tratamento psiquiátrico de seus clientes (forma como ela prefere chamar seus pacientes), buscando um trabalho mais humanista, mediado pela arte, criando um ateliê, no qual os clientes se expressavam e ao longo do filme fica nítido as melhorias no comportamento de cada um e na expressão individual de cada um.
O filme conta a história da Dr. Nise da Silveira, que pouco depois de passar um ano e meio no presídio por posse de livros marxistas, retorna para o hospital psiquiátrico no Engenho de Dentro, Rio de Janeiro.
O lugar é o Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II e estava começando a aplicar técnicas que hoje são condenadas: o eletrochoque e a lobotomia. Assustada, Nise se opõe à essas práticas, e lhe entregam o setor de terapia ocupacional, relegado a um porão do prédio, para isolá-la num departamento todo seu e não incomodar a alta cúpula.
O que a médica fez a partir de então é revolucionar o tratamento psiquiátrico de seus clientes (forma como ela prefere chamar seus pacientes), buscando um trabalho mais humanista, mediado pela arte, criando um ateliê, no qual os clientes se expressavam e ao longo do filme fica nítido as melhorias no comportamento de cada um e na expressão individual de cada um.
Afinal, quem foi Nise da Silveira:
Doutora Nise da Silveira |
Nise da Silveira,
psiquiatra alagoana (1905-1999), enxergou a riqueza de seres humanos que
estavam no meio do caminho entre o existir e a dignidade, entre a loucura e a
exclusão total.
Ela se se rebelou contra a psiquiatria que aplicava violentos
choques para "ajustar" pessoas e propôs um tratamento humanizado, que
usava a arte para reabilitar os pacientes.
- Uma mulher pioneira: Em 1926, ao se formar na Faculdade de Medicina da Bahia, Nise era a única mulher em uma turma de 157 alunos.
- Usou a arte para tratar problemas graves de saúde mental: Nise percebeu que as artes plásticas eram o canal de comunicação com os pacientes esquizofrênicos graves, que até então não se comunicavam verbalmente. As obras produzidas por eles davam “voz” aos conflitos internos que viviam.
- Expôs as artes feitas pelos pacientes: Além do efeito terapêutico, as artes plásticas possibilitaram que os pacientes (ou clientes, como Nise gostava de chamá-los) se tornassem verdadeiros artistas. Esquizofrênicos marginalizados e esquecidos puderam ser autores de obras hoje expostas no Museu de Imagens do Inconsciente, no Rio de Janeiro (RJ).
- Introduziu gatos e cachorros na rotina dos psicóticos: Nise encorajou os pacientes psicóticos a conviverem com gatos e cachorros. O resultado foi uma admirável promoção de afetividade com os bichinhos. Nesse caso, os animais seriam usados como coterapeutas.
- Revelou as emoções dos esquizofrênicos: Nise constatou que o mundo interno do esquizofrênico, considerado inatingível até então, poderia ser acessado, revelando as emoções desses pacientes por meio das artes plásticas.
Um pouco mais sobre o filme:
↠ A cena inicial do filme é da psiquiatra chegando no hospital. Ela bate uma vez no portão, ninguém ouve, ninguém abre. Bate novamente, e nada. Bate, bate até que começa a esmurrar o portão para ser ouvida, e, finalmente, entrar. Essa cena sintetiza diversas simbologias: a primeira é de que ela não será facilmente aceita ali dentro; outra, que não será fácil entrar dentro da mente de seus pacientes, ou, como prefere chamá-los, clientes.
Nise discutindo com Lima |
↠ O primeiro obstáculo de Nise é o enfermeiro Lima, que trabalha na área de terapia ocupacional. Acostumado com tratar os clientes de uma forma brutal, ele foi uma grande barreira no início do trabalho da médica. O interessante é perceber como o comportamento de Lima vai melhorando com o tempo. Além disso, fica nítido como é importante um profissional que gosta do que faz.
↠ O cliente que mais chama atenção é o considerado violento Lúcio. Quando Nise começa a tratá-lo como um ser humano, que tem seus sentimentos e precisa de dignidade e introduz o tratamento com artes e animais como coterapeutas, Lúcio melhora muito o seu comportamento.
Bom, kinesianos, esse é o post inicial sobre esse filme. Ainda quero tratar de dois temas abordados no longa que me chamaram muito a atenção: animais como coterapeutas e uso da arte como forma de terapia.
Para quem se interessar em assistir "Nise - O Coração da Loucura", ele está disponível na Netflix. Comentem aqui embaixo se vocês já conheciam o filme e o que acharam da publicação de hoje.
Beijos e até breve! 💜
kinesianos@gmail.com
Post feito por:
Amanda Sousa
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