A repórter Glória Tupinambás, atual colunista da CBN BH e o fotógrafo Renato Weil decidiram pedir demissão de seus empregos depois de anos trabalhando em grandes jornais e revistas do Brasil e de muitos mochilões pelo mundo e desbravar as maravilhas dos quatro cantos do mundo junto com "A Casa Nômade": Uma casa sobre rodas que há dois anos é o único lar do casal.
Os mineiros que já possuem os passaportes carimbados em 59 países dos cinco continentes como turistas profissionais lançam o segundo livro de viagens: A Casa Nômade pelo Mundo - Uma Viagem pelos Cinco Continentes.
Kinesianos, incrível isso, não é? Mas sabem o que é mais legal nesse história? Os dois que já estão na estrada para novas aventuras toparam conceder uma entrevista super interessante aqui para o Kinesis, na qual eles falaram sobre as experiências, o primeiro livro, a nova viagem, os desafios, cultura, meio ambiente, dicas de viagens e vários outros pontos super interessantes! Confiram:
K: Quando vocês
decidiram começar o projeto A Casa Nômade e percorrer os quatro cantos do
planeta como turistas profissionais, quais eram os objetivos iniciais? Apenas
para continuarem se aventurando e tendo estas experiências incríveis ou já
tinham a intenção de relatar o que iriam vivenciar em livros e demais
meios?
ACN: Nosso objetivo ao viajar sempre foi
levar a alma para passear, vagar em busca do novo e de sensações que só uma
viagem é capaz de despertar. No início não tínhamos pretensão de sermos
turistas profissionais, nem escrever livros, nem alimentar sites com dicas de
viagem... Nada disso! A intenção inicial era apenas viajar e conhecer novas
culturas.
Ao longo de doze anos juntos, nós viajamos por 59
países dos cinco continentes como mochileiros. Intercalávamos as viagens com o
nosso trabalho como repórteres (primeiro do Jornal Estado de Minas e, depois,
da Revista Veja) e sempre aproveitamos as férias e feriados prolongados para
cair na estrada.
Mas, em 2012, decidimos tirar um ano sabático para
dar a volta ao mundo. E quando estávamos viajando pela Austrália, alugamos um
motorhome para percorrer a Costa do Pacífico. Foi aí que nasceu a ideia de
trocarmos nossa rotina como repórteres pela vida nômade. Percebemos que as
férias estavam pequenas para acomodar a nossa paixão por viajar e, ao voltar ao
Brasil, decidimos montar nosso próprio motorhome A Casa Nômade e viajar pelas
Américas como turistas profissionais.
Há dois anos e meio, fizemos das viagens a nossa
profissão e alimentamos sites com dicas de viagem e turismo e produzimos livros
de viagens para compartilhar nossas experiências.
K: No novo livro, “A Casa Nômade pelo Mundo – Uma viagem pelos Cinco
Continentes”, vocês contam suas experiências em locais bem distintos do planeta
aos leitores através das fotografias e relatos. São lugares com vários focos
como natureza, sociedade e cultura. Qual desses aspectos chama mais a atenção
de vocês na hora de escolher os destinos de cada viagem?
ACN: O
planejamento é fundamental para o sucesso de qualquer viagem. Portanto,
estudamos bem todos os potenciais e desafios de cada região antes de iniciarmos
o trajeto e sempre pesquisamos todas as possibilidades, como atrativos
naturais, aspectos culturais e curiosidades do dia a dia das pessoas do lugar.
É difícil dizer qual aspecto chama mais a atenção, pois cada um tem seu valor.
O mais
legal é estar abertos para viver experiências e se deslumbrar diante delas.
Como por exemplo, assistir ao desprendimento de um iceberg nos campos de gelo
da Patagônia (espetáculo da natureza), participar de cultos e ritos religiosos
dentro de uma mesquita muçulmana na Turquia ou na Tunísia e ser espectadores de
eventos culturais como uma tourada em Madrid, um casamento hinduísta na Índia
ou um almoço em família no Nepal.
A Casa Nômade na estrada |
ACN: Nesse exato minuto (20/07/2017),
estamos na cidade do Chuí (RS), nos preparando para cruzar a fronteira entre
Brasil e Uruguai e iniciar uma nova expedição pelas Américas. Nossa meta é
viajar com A Casa Nômade até chegar ao Alaska, em 2020. Até lá, vamos cruzar
América do Sul, Central e do Norte. No primeiro semestre deste ano, percorremos
toda a Patagônia Chilena e Argentina. Nos próximos seis meses, viajaremos por
Montevideu, Buenos Aires, Deserto de Atacama (Chile), Salar de Uyuni (Bolívia),
Machu Pichu (Peru), Galápagos (Equador) e Colômbia.
Em 2018, devemos cruzar para a
América Central e vamos subindo bem lentamente até alcançar o Alaska.
K: Quais são os
desafios culturais, financeiros, de infraestrutura e devido ao protecionismo no
turismo enfrentados por vocês em território nacional e internacional como
turistas
profissionais?
ACN: O grande desafio é se desapegar das
suas raízes e estar aberto a viver novas experiências em qualquer lugar do
mundo.
No quesito cultural, temos que nos
acostumar a novos hábitos e costumes, novos temperos e um novo jeito de viver.
Mas esse desafio faz de nós pessoas melhores e mais abertas sempre.
E com o motorhome, temos o conforto
de, todos os dias, ao fim de cada passeio, retornamos para a nossa casa, com
nossos objetos pessoais, cama, banheiro, comidas... Tudo isso ajuda a amenizar
a saudade e facilita nossa adaptação.
Com relação ao dinheiro, temos um
planejamento minucioso das nossas receitas e despesas para evitar apertos.
Temos um apartamento e um sítio alugado em Minas Gerais e esse dinheiro ajuda a
complementar a nossa renda para vivermos na estrada. Além disso, nosso projeto com
A Casa Nômade é patrocinado pela Mercedes-Benz, Ale Combustíveis, Macboot, Osprey,
Saint-Tropez Eyewear, Fiero, Maxiclima, Alliance Truck Parts, Sicoob
Centro-Oeste, Água Viva, Yeva Cosméticos e Marcel Philippe Jeans.
K: Sabemos que
algumas ações humanas estão causando grandes impactos no nosso planeta,
prejudicando diretamente e indiretamente os monumentos históricos e áreas de
beleza natural. Durante as viagens vocês já observaram algumas
transformações nesse sentido? Reparam se medidas estão sendo tomadas para
reverter ou amenizar estas situações?
ACN: Para nós, o impacto mais expressivo
da ação do homem sobre a natureza está na Patagônia, onde o aquecimento global
provoca a redução da área dos campos de gelo e provoca catástrofes ambientais.
Na Amazônia também nos assustamos com
o desmatamento que produz verdadeiras clareiras na floresta. Em Minas Gerais, é
triste e assustadora a ação criminosa das mineradoras que destrói o meio
ambiente e cidades inteiras na exploração de matérias-primas.
Na China, o maior assustador é o
impacto da construção de hidrelétricas sobre a natureza. E na Indonésia, nos
assustamos com o grande volume de lixo e rejeitos lançados ao mar. Esse lixo
chega a se acumular em ilhas que antes tinham praias paradisíacas e hoje têm
amontoados de entulhos e sujeira em suas areias.
E o mais triste é que não constatamos
nenhuma medida real para solucionar esses problemas ou sequer amenizar os seus
impactos.
K: Depois de já terem percorrido os cinco continentes e ainda continuarem
viajando, o que mais chama a atenção de vocês quanto a cultura dos mais
variados povos? O que é mais nítido para o casal de semelhante e diferente
entre as sociedades?
ACN: Nosso primeiro livro de viagens se
chama O Mundo em Minas e faz um paralelo entre a cultura dos 59 países que
visitamos com a cultura de Minas Gerais. O mais legal é que viajamos pelos cinco continentes
sem nenhuma pretensão de escrever um livro e sem aguçar o olhar para quaisquer
semelhanças entre os lugares que visitávamos e a nossa terra, Minas Gerais.
Mas, em uma dessas idas e vindas ao Brasil, o amigo e produtor cultural Dalton
Miranda apontou para uma similaridade entre o Uluru (Ayers Rock), uma imensa
rocha presente no outback Australiano, e um paredão de pedras na Serra da Canastra.
A partir daí, ficamos fascinados com a possibilidade de buscar o elo que liga
Minas à cultura de outros países.
Ao perceber que imagens e flagrantes captados nos
lugares mais remotos do mundo remetiam ao que há de mais arraigado na cultura
de Minas Gerais, a necessidade de buscar um paralelo entre o local e o
universal se tornou uma verdadeira obsessão. Com um mapa de Minas nas mãos, nós
dividimos o estado em dez regiões e visitamos mais de 500 cidades. E aí,
fizemos uma seleção das fotos a partir dos temas que apresentavam os paralelos
mais curiosos, como folclores, crenças, ofícios, etc.
K: Mês de Julho é um período de férias para várias pessoas, inclusive os
leitores do Kinesis. Como turistas profissionais, quais destinos nacionais e
internacionais que marcaram muito o casal vocês poderiam sugerir para os
kinesianos nesta época?
ACN: No Brasil, a
melhor pedida para as férias de julho é a Serra Gaúcha, onde se consegue ver
neve e lindas paisagens, como o Parque Nacional Aparados da Serra. Para fugir
do frio, uma boa opção são os Lençóis Maranhenses e o trecho do litoral
cearense conhecido como Rota das Emoções (Jericoacoara).
Na América
do Sul, recomendamos Mendoza, capital dos vinhos na Argentina, que nesta época
do ano convida os turistas a um passeio por vinícolas com a deslumbrante
paisagem dos Andes ao fundo.
Na Europa, é
bom aproveitar o verão para explorar regiões turísticas (Paris, Veneza, Londres
e Madri) e também áreas menos lotadas, como o Leste Europeu, os Países
Nórdicos, etc.
Os mais
aventureiros podem curtir o Trem Transiberiano, que sai de Moscou em direção a
Pequim em sete dias de viagem por lindas paisagens da Sibéria, Mongólia e
arredores das Muralhas da China.
Na Oceania,
as praias da Austrália e Nova Zelândia são ótimas opções para explorar de
motorhome ou como mochileiro.
Vejam agora um vídeo oficial sobre o que as pessoas vão encontrar no segundo livro:
Para colocar esse sonho no papel, A Casa Nômade está uma campanha de financiamento coletivo na plataforma Catarse (www.catarse.me/acasanomade).
O objetivo dessa “vaquinha digital” é atingir a meta de R$ 35.000,00 para a impressão de 1.000 exemplares do livro.
Sigam A Casa Nômade nas redes sociais para acompanhar as próximas aventuras.
Bom, kinesianos, eu espero que vocês tenham gostado. Eu particularmente adorei, achei incrível a história dos dois e a entrevista. Por hoje é só. Beijos e até breve!
Post feito por:
Amanda Sousa
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