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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Constante nas minhas inconstâncias


"Confesso acordei achando tudo indiferente. Verdade acabei sentindo cada dia igual. Quem sabe isso passa, sendo eu tão inconstante."

  Acordo às 06:50 da manhã. A mente ainda não despertou. Sem conseguir raciocinar direito começo a olhar as paredes do meu quarto e uma sensação de devastação invade a minha alma. Sim, já consigo lembrar de tudo o que houve há pouco tempo e a inquietação que os últimos fatos me causaram já não me permite permanecer na cama.
   Levanto. Após algum tempo tomo meu café, tão no automático que nem sinto o gosto. Saio de casa. Todas as pessoas e coisas permanecem as mesmas depois daquela noite. A vida é a mesma todos os dias e todos eles são indiferentes aos meus olhos, que se desconectaram, refugiados na própria alma.   Por obrigação diária tenho que entrar no carro. Sentada no banco do passageiro espero imóvel e sem reação até o local já tão conhecido. Distraída, começo a olhar para o nada na estrada, sem pensar em nada, mas ainda com a mesma dor que mesmo sendo bastante oprimida, insisti em permanecer em mim.
   De repente, uma moto em alta velocidade passa raspando o retrovisor do carro e devido ao susto acordo despertando daquele transe. Nesse momento, é que eu realmente consigo enxergar a estrada na minha frente. Muito bonita, como eu sempre gostei, com várias árvores cercando o caminho. O céu está nublado, tudo parece tranquilo e pela primeira vez após vários dias sinto um leve conforto. 
   Abaixando novamente o olhar vejo um carro fazendo a curva e não enxergo mais nada além disso naquela estrada. Penso como aquele caminho e também aquele dia se parecem com a minha vida, confortável com suas peculiaridades e incerto. Sem que eu notasse, minha alma já não estava mais tão pesada quanto antes e a vontade de saber o que teria logo à frente já prendia toda a minha atenção.
   O carro continua andando e quando vira a curva, me abro em um sorriso, discreto, mas sincero. À minha frente havia um encantador e surpreendente arco-íris. Ah! Há quanto tempo eu não via um desse, assim como eu mesma, que já não me encontrava depois daquela noite, presa e escondida em meus próprios pensamentos.
     Aí que me dou conta de que a dor já não estava mais dentro de mim, havia sumido na mesma velocidade em que surgiu. Não, não foi o arco-íris que conseguiu esse feito. Aquilo que eu sempre via como um problema antigo me salvou daquela situação... Foi então que me lembrei de como sou constante nas minhas inconstâncias.

Amanda Sousa

Foto: Ana Pádua
  Kinesianos, eu recebi essa foto no meu celular no ano passado. Ela foi tirada pela minha amiga Ana Pádua que vocês conhecem através de outras fotos dela que eu já coloquei aqui no Kinesis. A Ana me mandou essa foto junto com outras que ela havia tirado e no momento eu gostei muito dessa, mas depois acabei esquecendo. Há poucos dias, mexendo no meu celular, eu a encontrei depois de já estar esquecida há muito tempo. No momento que eu a recebi, não consegui pensar em nada, mas como depois disso várias coisas aconteceram, eu refleti e resolvi escrever esse texto, que é fictício, mas tem um pouco de verdade, levando em consideração a minha própria vida. Por hoje é só. Beijos e até breve! 




Post feito por:
Amanda Sousa
Foto tirada por:
Ana Pádua





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